Jamais houve super-herói como Paul Rudd
Você já riu com ele. Muito. Paul Rudd é daqueles atores afáveis que melhoram qualquer filme. Não à toa, entrou meio que por osmose para a trupe de comediantes reunida pelo cineasta Judd Apatow que revolucionou o humor americano no começo da década passada com filmes como “O virgem de 40 anos” (2005).
Aos 46 anos, Paul Rudd está preparado para uma radical mudança de rumo. Ele é o protagonista de “Homem-Formiga”, o mais inusitado personagem das HQs da Marvel a ganhar os cinemas. E Rudd não é a mais inusitada das escolhas para vivê-lo, embora possa parecer em um primeiro momento.
O suplemento cultural do jornal New York Times deu capa para o ator no último fim de semana e veiculou uma matéria cujo principal objetivo era explicar o que define como “Ruddness”. Conceito que tenta capturar a peculiaridade que torna Paul Rudd único. Para tanto, além de sair para bater papo com o ator e prestigiar eventos culturais em sua companhia, o repórter do Times fez uma minuciosa análise da carreira do ator e a confrontou com outros nomes egressos da comédia, como Owen Wilson, Mark Rufallo e Matthew McConaughey.
Jovial, sem ser pedante, estiloso, sem ostentar, bonito, sem se esforçar e genuinamente engraçado, Rudd convence em cena com uma organicidade incomum na Hollywood atual. Daí o fato da Marvel cacifar em cima de sua persona em uma jogada que encontra paralelo na aposta bem-sucedida em Robert Downey Jr. para “Homem de Ferro” em 2008.
À Variety, Rudd disse entender a resistência de muitos a seu nome em um filme Marvel. “Grande parte da minha carreira foi fazendo comédias, sempre fui esse tipo de ator, então entendo perfeitamente. Interpretar um personagem dos quadrinhos é diferente de tudo que eu já fiz antes, e isso foi algo ótimo para mim”.
Entre o galã e o homem moderno
Rudd logo cativou uma parte do público ao estrelar em 1995 “As patricinhas de Beverly Hills” na pele do irmão postiço e potencial interesse romântico da personagem de Alicia Silverstone. A presença em filmes como “A razão do meu afeto” (1998), “Romeu + Julieta” (1996), “200 cigarros” (1999) e “Regras da vida” (1999) ajudou a estabelecer o status cult do ator.
Os anos 2000 o inseriu no “frat pack”, nome dado a este grupo que reunia estrelas da comédia em diversos filmes. Além dos irmãos Luke e Owen Wilson, Rudd tinha a companhia de figuras como Ben Stiller, Will Ferrell, Jack Black, Vince Vaughn, entre outros.
Mesmo nessas comédias cheias de “bromance”, da qual “Eu te-amo, cara”, em que estrelou em 2009 ao lado de Jason Segel é emblemático, o ator achava espaço para se exercitar como galã romântico em fitas como “Nunca é tarde para amar” (2007) ou dar vazão às angústias do homem moderno de 40 anos em “Bem-vindo aos 40” (2012).
“Homem-formiga” inaugura uma nova etapa na carreira do ator que também estará em “Capitão América 3: a guerra civil”, programado para 2016. Como novo integrante do universo Marvel, Rudd passa a ter responsabilidades de astro de cinema e na mesma entrevista a Variety revelou seu modelo. “Nós queríamos ter certeza de que o filme tivesse coração e fosse engraçado mesmo com toda a ação. Para me preparar, eu basicamente não comi nada por um ano. Eu usei o método de Chris Pratt para fazer um filme de ação. Eliminar tudo de bom por um ano para depois poder interpretar um herói”. A referência ao ator que ascendeu ao panteão dos astros do cinema com “Guardiões da galáxia” em 2014 não é acidental. Aceitar fazer parte de “Homem-formiga” foi uma aposta cheia de cálculo do ator que indubitavelmente acredita ser capaz de contaminar a Marvel com sua “Ruddness”.
3 comentários | Comentar
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53 Kamila Azevedo 17/07/2015 21:17
Reinaldo, ainda não assisti a “Homem-Formiga”, mas seu texto confirma a impressão que eu tinha: Paul Rudd, nesse filme, deve ter seguido um caminho parecido com o de Robert Downey Jr. em “O Homem de Ferro”.
52 David Dias 17/07/2015 8:16
O Universo é tão extenso, com tantas coisas boas e latentes para serem exploradas mas o ser humano se prende a mitos e fantasias perdendo tempo com bobagens e mais bobagens que não levam a nada a não ser o ganhar dinheiro por fazerem lixo . Como diz o ditado primeiro viver depois filosofar mas , infelizmente é deste lixo que o povo gosta seja das farsas e não da utilidade.
51 Juliana Souza 17/07/2015 0:07
Nossa, mas falta comentar sua participação na série ‘Friends’, como Mike. Quem é fã da série sabe que ele se encaixou tão bem no grupo cômico que ficou até o final, casando-se com a personagem Phoebe. Como deixar de lado?